sexta-feira, janeiro 20, 2006

Introdução VI - Conclusão

Olá a todos,

Vamos concluir o estudo da semana:

1. Quais são os princípios básicos da Doutrina Espírita?

Dentre outros, destacamos, abaixo, o seguinte:

  • A existência de Deus;
  • A existência, sobrevivência e individualidade dos Espíritos;
  • A comunicabilidade dos Espíritos;
  • A pluralidade das existências (reencarnação);
  • A pluralidade dos mundos habitados;
  • A Lei do Progresso;
  • O livre-arbítrio;
  • A justiça divina expressa na Lei de Causa e Efeito;
  • O esquecimento do passado
2.1 Kardec era médium?

Antes de tentar responder, leiamos o que ele próprio escreveu na edição de novembro de 1861, da Revista Espírita:

"Nos trabalhos que fiz para alcançar o objetivo que me propus, sem dúvida, fui ajudado pelos Espíritos, assim como eles me disseram várias vezes, mas sem nenhum sinal exterior de mediunidade. Não sou, pois, médium no sentido vulgar da palavra, e hoje compreendo que é feliz para mim que assim o seja. Por uma mediunidade efetiva, não teria escrito senão sob uma mesma influência; seria levado a não aceitar com verdade senão o que me teria sido dado, e isso talvez errado; ao passo que, na minha posição, convinha que tivesse uma liberdade absoluta para tomar o bom por toda parte onde ele se encontrasse, e de qualquer lado que viesse; portanto, pude fazer uma escolha de diversos ensinamentos, sem prevenção, e com inteira imparcialidade. Vi muito, estudei muito, muito observei, mas sempre com um olhar impassível, e não ambiciono nada de mais do que ver a experiência que adquiri ser aproveitada pelos outros, dos quais estou feliz de poder evitar os escolhos inseparáveis de todo noviciado."

Do texto acima, poderíamos responder à pergunta se Kardec era médium com um "Não" e um "Sim".

Não, porque ele não recebia as comunicações diretamente dos Espíritos, mas se valia de outros médiuns.

Sim, porque devemos considerar todas as nuances da mediunidade e não apenas a psicografia mecânica, como costumamos fazer. Os que compulsarem O Livro dos Médiuns, principalmente nos itens 180 e 182, encontrarão as categorias dos médiuns intuitivos e inspirados e não terão dúvidas em positivar a mediunidade de Kardec. Mediunidade, aliás, a que todos deveríamos aspirar por possuir. Para tanto, será necessário esforço no bem e disciplina nos estudos.

2.2 Por que Kardec (então apenas o Prof. Rivail) não acreditou de imediato na afirmação do Sr. Fortier quando este lhe disse que as mesas podiam falar?

Simplesmente por conta da formação e da seriedade de Kardec. Ele não acreditava no que ouvisse apenas dizer. Ele tinha que experimentar e submeter ao "crivo da razão". Essas qualidades foram essenciais para a consolidação da Doutrina. Imaginem se o codificador fosse um supersticioso, impressionável e superficial, será que teríamos a Doutrina tal qual a conhecemos hoje?

2.3 Quando e por quem o Prof. Rivail ouviu falar da hipótese de intervenção dos Espíritos no fenômeno das mesas girantes?

Vejamos como Kardec descreve o episódio: "(...) era no começo de 1855, encontrei o Sr. Carlotti, um amigo de vinte e cinco anos, que me entreteve com esses fenômenos durante quase uma hora, com o entusiasmo que punha em todas as idéias novas. O Sr. Carlotti era Corso, de uma natureza ardente e enérgica; sempre estimara nele as qualidades que distinguem uma grande e bela alma, mas desconfiava de sua exaltação. Foi primeiro que me falou da intervenção dos Espíritos, e me contou tantas coisas surpreendentes que, longe de me convencer, aumentou as minhas dúvidas. Sereis um dia dos nossos, disse-me. Não digo não, respondi-lhe; veremos isso mais tarde."

É de se notar a seriedade de Kardec por não se deixar levar pelo entusiasmo do Sr. Carlotti, como muitos fazem diante dos fenômenos mediúnicos. Tais entusiasmos ainda hoje servem para "endeusar" os médiuns e, por conseqüência, contribuem para a sua queda quando esses se deixam levar pelo orgulho e pela vaidade. Os Espíritos enganadores adoram os entusiasmados, pois que acreditam em tudo e não submetem as comunicações ao filtro da lógica e do bom senso.

2.4 Pode-se dizer que, a partir das reuniões mediúnicas realizadas na casa da família Baudin, o Prof. Rivail aceitou a idéia da intervenção espiritual e se tornou um discípulo dos Espíritos, tomando-os por reveladores predestinados?

Insiro aqui a resposta enviada pela Leila e teço alguns comentários em seguida:

"Foi a partir dessas reuniões que Kardec iniciou os Estudos sobre o Espiritismo observando, comparando e deduzindo, procurando sempre as causas daqueles efeitos. Começou, então, a perceber que os Espiritos nao possuíam plena sabedoria e só respondiam de acordo com seu conhecimento e que quando davam opiniões essas eram deles apenas. Isso evitou que ele formulasse teorias prematuras ou que passasse a considerar os Espíritos como reveladores predestinados. Cada espírito desvendava uma parte do Mundo espiritual e a ele competia formar o conjunto daquelas informações. E foi o que ele fez quando percebeu que estava diante de uma nova Doutrina."

Lendo esta passagem, pensamos em quantas "doutrinas" foram criadas por Espíritos brincalhões. Tudo porque faltou critério dos que recebiam a orientação dos "guias". O pior é que elas estão cheias de seguidores. Todos conhecemos a figura daquele senhor em Curitiba, que se diz o próprio Cristo, que fala com "sotaque hebraico" e que possui uma razoável equipe de "discípulos"...

2.5 Quando e em que situação, o Prof. Rivail ficou sabendo da missão que teria de codificar os ensinamentos dados pelos Espíritos? Como ele se sentiu no momento?

Mais uma vez, acrescento breve comentário à resposta enviada pela Leila:

"Depois de um tempo assitindo essas reuniões, agora em casa do Sr. Roustan, e começando a revisar o trabalho que formaria depois o Livro dos espiritos numa sessão bem íntima o médium que estava dirigindo a cesta escreveu espontaneamente algumas palavras e deixando a cesta livre, esta se voltou rapidamente para o lado de Kardec revelando sua missão. O fato deixou Kardec profundamente emocionado, conforme sua próprias palavras."

Muitos médiuns iniciantes têm a pretensão de realizarem obras grandiosas, de se tornarem famosos, idolatrados como um novo Chico Xavier (quem, aliás, sofreu de forma inimaginável). Como afirmamos acima, esses orgulhosos e vaidosos são os preferidos pelos Espíritos brincalhões e pelos pseudo-sábios. Quando Kardec afirmou que ficara emocionado com a revelação de sua missão, sabemos que não foi por conta de uma aspiração de grandeza, de projeção. Notemos, inclusive, que ele não quis emprestar o seu nome de batismo para a publicação das obras, dentre outros motivos, por pura modéstia, para não empanar a extensão e o alcance da Revelação dos Espíritos com o seu próprio nome. Isto porque ele era uma pessoa honesta, de caráter vigoroso e já respeitada no mundo intelectual da França.

Não é de se admirar, portanto, a atitude de Kardec porque ele não foi escolhido pela Espiritualidade de uma hora para outra. Ele já veio com esta missão por conta do progresso anterior já realizado. Ele não foi um privilegiado, um sortudo, não; ele conquistou os seus méritos em existências pretéritas, conforme todos sabemos.

Muita paz a todos!

quinta-feira, janeiro 19, 2006

Conhecimento do princípio das coisas (q. 17 a 20)


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Olá a todos,

De 26 de março a 1º de abril, nosso estudo será em torno das questões de 17 a 20, de O Livro dos Espíritos, que tratam do conhecimento do princípio das coisas. Leia o texto complementar antes de responder às questões abaixo:

1. O que se pode entender por princípio das coisas?

2. Qual o papel da Ciência para desvendar o princípio das coisas?

Para as próximas questões, leia o texto sobre o
Caráter da Revelação Espírita:

3. que é revelação? O Espiritismo pode ser considerado uma revelação de Deus?

4. Explique a seguinte afirmação de Kardec: "o que caracteriza a revelação espírita é o ser divina a sua origem e da iniciativa dos Espíritos, sendo a sua elaboração fruto do trabalho do homem."


Muita paz a todos e bom estudo!

terça-feira, janeiro 17, 2006

Deus e o infinito (q. 1 a 3)


Não diga que não conhece a personalidade da foto... clique aqui para conhecê-la...

Olá a todos,
Para a semana de 26 fev a 4 mar, estudaremos as questões de 1 a 3, cujo tema é Deus e o infinito.

Vamos às questões:

1. O que de significativo pode haver no fato de Kardec ter iniciado O Livro dos Espíritos questionando sobre Deus? (Vide texto complementar 1)

2. Onde reside a dificuldade de definirmos Deus? (Vide texto complementar 2)

3. Pode-se dizer que Deus é o infinito?

Muita paz a todos!

segunda-feira, janeiro 16, 2006

Prolegômenos


Este você conhece... clique aqui para conhecer um pouco mais

Olá a todos,
Na semana de 19 a 25 de fevereiro, estudaremos os prolegômenos (preâmbulo, introdução geral de uma obra).

Vamos às questões:

1. Leia o seguinte trecho: "Ocupa-te, cheio de zelo e perseverança, do trabalho que empreendeste com o nosso concurso, pois esse trabalho é nosso. Nele pusemos as bases de um novo edifício que se eleva e que um dia há de reunir todos os homens num mesmo sentimento de amor e caridade..." De acordo com esta passagem, é de se esperar que no futuro toda a Humanidade seja espírita? (Vide a questão 798, do LE)

2. Quais as atitudes essenciais para que se receba a assistência dos Espíritos Superiores?

3. O que dá origem às dissidências e o que fazer para superá-las?

4. Por que o Prof. Rivail foi escolhido para a tarefa de codificar os ensinamentos dos Espíritos? Poderia ter sido qualquer outra pessoa?

Muita paz!


domingo, janeiro 15, 2006

Introdução III, IV e V - Conclusão

Olá a todos,
Vamos tentar responder às questões de aprofundamento desta semana:

1. Em que consistia o fenômeno das mesas girantes?
O fenômeno das mesas girantes consistia em as pessoas se reunirem em volta de uma mesa e os Espíritos se comunicavam, por meio de batidas com os pés da mesa ou por golpes no interior da madeira. Para cada golpe, uma letra do alfabeto. As comunicações eram lentas, mas permitiam notar uma inteligência por trás do fenômeno. Note-se que esses fenômenos eram a preparação para comunicações mais ágeis e importantes, que viriam em seguida dar todo o corpo da Doutrina Espírita, tal como a conhecemos hoje.

2. Kardec afirma que o fenômeno da movimentação de objetos foi notado inicialmente na América. O que aconteceu nos Estados Unidos da América?
Sir Arthur Conan Doyle, criador do personagem Sherlock Holmes, em sua obra História do Espiritismo, afirma que sempre houve manifestações espíritas, mas que, a partir de uma determinada época, no século XIX, houve uma verdadeira “invasão organizada” por parte dos Espíritos. Houve uma preparação de terreno, de mentes e de corações para a chegada da era dos Espíritos. O dia 31 de março de 1848 pertence ao rol das datas importantes da Doutrina Espírita. Conan Doyle se refere ao que ocorreu nessa data como a pequena raiz da qual se desenvolveu uma árvore tão grande. Nesse dia, na pequena cidade de Hydesville, no estado de Nova York, nos Estados Unidos da América, as irmãs Kate e Margareth Fox, de 11 e 14 anos de idade, respectivamente, comunicaram-se com o Espírito de Charles Rosma, que havia sido assassinado na casa em que morava a família Fox.

3. Pode-se, então, dizer que a comunicação com os Espíritos nasceu com o episódio das mesas girantes e o das irmãs Fox?
Como já se adiantou, sempre houve contato entre as duas realidades da vida. É claro que só com o advento da Doutrina Espírita codificada por Kardec, a Humanidade pôde se inteirar de todos os detalhes por meio dos quais essas comunicações ocorriam e ocorrem. No livro Roteiro (Emmanuel/Chico Xavier), no cap. 24, encontramos delineados esses fenômenos desde o Egito antigo até o advento do Espiritismo, passando pela China, Índia, Grécia e Roma. A Bíblia está recheada de fenômenos de intercâmbio entre os vivos e os ditos mortos. Na verdade, todas as revelações espirituais para a Humanidade nada mais são que a síntese das comunicações dos Espíritos. É claro, que, de acordo com o entendimento das pessoas, esses Espíritos tomavam a posição do próprio deus ou de um dos seus enviados.

4. Passada a fase do divertimento e da curiosidade com as mesas girantes, o fenômeno do intercâmbio com o mundo espiritual se tornou algo sério. As comunicações não mais giravam em torno de assuntos pueris e frívolos. Dali advieram instruções graves a respeito do próprio progresso da Humanidade. No entanto, em seu começo, havia dúvidas sobre o papel do médium nas comunicações, tanto mecânica quanto moralmente. No item V, da Introdução, Kardec aponta algumas circunstâncias que não deixam dúvida quanto ao papel do médium como simples intermediário nas comunicações. Que circunstâncias são essas?
1. Na época das ditas cestinhas de bico, os médiuns simplesmente colocam os dedos sobre as suas laterais e as cestas se moviam, sendo impossível que duas ou três pessoas (os médiuns) pudessem conduzir o instrumento de forma a transmitir, sem combinação prévia, respostas a perguntas formuladas pelos assistentes no momento mesmo das comunicações;
2. A mudança de caligrafia, de acordo com o Espírito que se comunicava;
3. Comumente, as respostas eram de uma natureza completamente distante do campo de entendimento dos médiuns, principalmente quando giravam em torno de questões científicas ou abstratas;
4. Muitas respostas eram apresentadas em idiomas ignorados pelos médiuns;
5. Muitas vezes, vinham respostas a perguntas que houveram sido apenas imaginadas pelos presentes; isto é, não foram formuladas as perguntas e os médiuns escreviam as respostas apresentadas pelos Espíritos.
Esses e tantos outros argumentos comprovam o papel de mero intermediário do médium nas comunicações. Daí o fato de conhecermos tantos médiuns falidos pelo simples fatos de se acharem imprescindíveis, mais importantes que a Doutrina.
Sobre essa responsabilidade dos médiuns vamos ter mais oportunidade de comentar em nosso estudo.
Muita paz a todos!