domingo, janeiro 15, 2006

Introdução III, IV e V - Conclusão

Olá a todos,
Vamos tentar responder às questões de aprofundamento desta semana:

1. Em que consistia o fenômeno das mesas girantes?
O fenômeno das mesas girantes consistia em as pessoas se reunirem em volta de uma mesa e os Espíritos se comunicavam, por meio de batidas com os pés da mesa ou por golpes no interior da madeira. Para cada golpe, uma letra do alfabeto. As comunicações eram lentas, mas permitiam notar uma inteligência por trás do fenômeno. Note-se que esses fenômenos eram a preparação para comunicações mais ágeis e importantes, que viriam em seguida dar todo o corpo da Doutrina Espírita, tal como a conhecemos hoje.

2. Kardec afirma que o fenômeno da movimentação de objetos foi notado inicialmente na América. O que aconteceu nos Estados Unidos da América?
Sir Arthur Conan Doyle, criador do personagem Sherlock Holmes, em sua obra História do Espiritismo, afirma que sempre houve manifestações espíritas, mas que, a partir de uma determinada época, no século XIX, houve uma verdadeira “invasão organizada” por parte dos Espíritos. Houve uma preparação de terreno, de mentes e de corações para a chegada da era dos Espíritos. O dia 31 de março de 1848 pertence ao rol das datas importantes da Doutrina Espírita. Conan Doyle se refere ao que ocorreu nessa data como a pequena raiz da qual se desenvolveu uma árvore tão grande. Nesse dia, na pequena cidade de Hydesville, no estado de Nova York, nos Estados Unidos da América, as irmãs Kate e Margareth Fox, de 11 e 14 anos de idade, respectivamente, comunicaram-se com o Espírito de Charles Rosma, que havia sido assassinado na casa em que morava a família Fox.

3. Pode-se, então, dizer que a comunicação com os Espíritos nasceu com o episódio das mesas girantes e o das irmãs Fox?
Como já se adiantou, sempre houve contato entre as duas realidades da vida. É claro que só com o advento da Doutrina Espírita codificada por Kardec, a Humanidade pôde se inteirar de todos os detalhes por meio dos quais essas comunicações ocorriam e ocorrem. No livro Roteiro (Emmanuel/Chico Xavier), no cap. 24, encontramos delineados esses fenômenos desde o Egito antigo até o advento do Espiritismo, passando pela China, Índia, Grécia e Roma. A Bíblia está recheada de fenômenos de intercâmbio entre os vivos e os ditos mortos. Na verdade, todas as revelações espirituais para a Humanidade nada mais são que a síntese das comunicações dos Espíritos. É claro, que, de acordo com o entendimento das pessoas, esses Espíritos tomavam a posição do próprio deus ou de um dos seus enviados.

4. Passada a fase do divertimento e da curiosidade com as mesas girantes, o fenômeno do intercâmbio com o mundo espiritual se tornou algo sério. As comunicações não mais giravam em torno de assuntos pueris e frívolos. Dali advieram instruções graves a respeito do próprio progresso da Humanidade. No entanto, em seu começo, havia dúvidas sobre o papel do médium nas comunicações, tanto mecânica quanto moralmente. No item V, da Introdução, Kardec aponta algumas circunstâncias que não deixam dúvida quanto ao papel do médium como simples intermediário nas comunicações. Que circunstâncias são essas?
1. Na época das ditas cestinhas de bico, os médiuns simplesmente colocam os dedos sobre as suas laterais e as cestas se moviam, sendo impossível que duas ou três pessoas (os médiuns) pudessem conduzir o instrumento de forma a transmitir, sem combinação prévia, respostas a perguntas formuladas pelos assistentes no momento mesmo das comunicações;
2. A mudança de caligrafia, de acordo com o Espírito que se comunicava;
3. Comumente, as respostas eram de uma natureza completamente distante do campo de entendimento dos médiuns, principalmente quando giravam em torno de questões científicas ou abstratas;
4. Muitas respostas eram apresentadas em idiomas ignorados pelos médiuns;
5. Muitas vezes, vinham respostas a perguntas que houveram sido apenas imaginadas pelos presentes; isto é, não foram formuladas as perguntas e os médiuns escreviam as respostas apresentadas pelos Espíritos.
Esses e tantos outros argumentos comprovam o papel de mero intermediário do médium nas comunicações. Daí o fato de conhecermos tantos médiuns falidos pelo simples fatos de se acharem imprescindíveis, mais importantes que a Doutrina.
Sobre essa responsabilidade dos médiuns vamos ter mais oportunidade de comentar em nosso estudo.
Muita paz a todos!