sexta-feira, julho 14, 2006

Forma e ubiqüidade dos Espíritos (q. 88 a 92)

Olá a todos,

O próximo item de nosso estudo refere-se à forma e ubiqüidade dos Espíritos (questões 88 a 92, de O Livro dos Espíritos), que, a nosso ver, não permite dúvidas.

Assim, propomos um resumo de informações sobre o Espírito, conforme encontramos nas Obras Básicas. Para isso, vamos nos valer do resumo dos ensinamentos espíritas, contido no opúsculo O Espiritismo em sua expressão mais simples, de Allan Kardec.

1. Kardec considera o Espírito de duas maneiras: como um princípio e como os seres inteligentes da criação. Explique cada uma das formas.
Deus criou a matéria que constitui os mundos; também criou seres inteligentes que chamamos de Espíritos, encarregados de administrar os mundos materiais segundo as leis imutáveis da criação, e que são perfectíveis por sua natureza. Aperfeiçoando-se, eles se aproximam da Divindade. (Cap. 2, item 2)
O espírito propriamente dito é o princípio inteligente; sua natureza íntima nos é desconhecida; para nós ele é imaterial, porque não tem nenhuma analogia com o que chamamos matéria. (Cap. 2, item 3)

2. Que outras características apresentam os Espíritos?
Os Espíritos são seres individuais; têm um envoltório etéreo, imponderável, chamado perispírito, espécie de corpo fluídico, semelhante à forma humana. Povoam os espaços, que percorrem com a rapidez do raio, e constituem o mundo invisível. (Cap. 2, item 4)

3. O que se pode dizer da origem e modo de criação dos Espíritos?
A origem e o modo de criação dos Espíritos nos são desconhecidos; só sabemos que são criados simples e ignorantes, quer dizer, sem ciência e sem conhecimento do bem e do mal, mas com igual aptidão para tudo, pois Deus, em sua justiça, não podia isentar uns do trabalho que teria imposto aos outros para chegar à perfeição. No princípio, ficam em uma espécie de infância, sem vontade própria e sem consciência perfeita de sua existência. (Cap. 2, item 5)

4. Qual deve ser o objetivo dos Espíritos?
Desenvolvendo-se o livre arbítrio nos Espíritos ao mesmo tempo que as idéias, Deus lhes diz: "Vocês podem aspirar à felicidade suprema, assim que tiverem adquirido os conhecimentos que lhes faltam e cumprido a tarefa que lhes imponho. Então trabalhem para seu engrandecimento; este é o objetivo; irão atingi-lo seguindo as leis que gravei em sua consciência." Em conseqüência de seu livre arbítrio, uns tomam o caminho mais curto, que é o do bem, outros o mais longo, que é o do mal. (Cap. 2, item 6)

5. Estando os Espíritos submetidos a tantas vicissitudes, pode-se dizer que Deus criou o mal para ajudar na evolução dos seres inteligentes da criação?
Deus não criou o mal; estabeleceu leis, e essas leis são sempre boas, porque ele é soberanamente bom; aquele que as observasse fielmente seria perfeitamente feliz; mas os Espíritos, tendo seu livre arbítrio, nem sempre as observaram, e o mal veio de sua desobediência. Pode-se então dizer que o bem é tudo o que é conforme à lei de Deus e o mal tudo o que é contrário a essa mesma lei. (Cap. 2, item 7)

6. Por que necessitam os Espíritos de passarem pela existência material?
Para cooperar, como agentes do poder divino, com a obra dos mundos materiais, os Espíritos revestem-se temporariamente de um corpo material. Pelo trabalho de que sua existência corpórea necessita, eles aperfeiçoam sua inteligência e adquirem, observando a lei de Deus, os méritos que devem conduzi-los à felicidade eterna. (Cap. 2, item 8)

7. Pode-se, desta forma, entender a internação na matéria como sendo uma punição para o Espírito?
A encarnação não foi imposta ao Espírito, no princípio, como uma punição; ela é necessária ao seu desenvolvimento e para a realização das obras de Deus, e todos devem resignar-se a ela, tomem o caminho do bem ou do mal; só que os que seguem o caminho do bem, avançando mais rapidamente, demoram menos a chegar ao fim e lá chegam em condições menos penosas. (Cap. 2, item 9)

8. Como se dá o aperfeiçoamento do Espírito? Ele pode se dar em uma única existência corporal?
O aperfeiçoamento do Espírito é o fruto de seu próprio trabalho; não podendo, em uma única existência corpórea, adquirir todas as qualidades morais e intelectuais que devem conduzi-lo ao objetivo, ele aí chega por uma sucessão de existências, dando em cada uma delas alguns passos adiante no caminho do progresso. (Cap. 2, item 12)

9. O número de existências corporais é o mesmo para todos os Espíritos?
Em cada existência corpórea o Espírito deve cumprir uma missão proporcional a seu desenvolvimento; quanto mais ela for rude e laboriosa, maior seu mérito em cumpri-la. Cada existência é, assim, uma prova que o aproxima do alvo. O número de suas existências é indeterminado. Depende da vontade do Espírito de abreviá-las, trabalhando ativamente em seu aperfeiçoamento moral; assim como depende da vontade do operário que tem de realizar um trabalho abreviar o número de dias para sua execução. (Cap. 2, item 13)


Resumo de O Livro dos Espíritos

O Espírito é como uma chama, um clarão, ou uma centelha etérea. (LE 88)

O Espírito tem uma coloração que vai do colorido escuro e opaco a uma cor brilhante, qual a do rubi, conforme o Espírito é mais ou menos puro. (LE 88a)

Representam-se de ordinário os gênios com uma chama ou estrela na fronte. É uma alegoria, que lembra a natureza essencial dos Espíritos. Colocam-na no alto da cabeça, porque aí está a sede da inteligência.

Os Espíritos gastam algum tempo para percorrer o espaço, mas o fazem com a rapidez do pensamento. (LE 89)

Quando o pensamento está em alguma parte, a alma também aí está, pois que é a alma quem pensa. O pensamento é um atributo. (LE 89a)

O Espírito que se transporta de um lugar a outro pode perfeitamente, se o quiser, inteirar-se da distância que percorre, mas também essa distância pode desaparecer completamente, dependendo isso da sua vontade, bem como da sua natureza mais ou menos depurada. (LE 90)

A matéria não opõe qualquer obstáculo ao Espírito; eles passam através de tudo. O ar, a terra, as águas e até mesmo o fogo lhes são igualmente acessíveis. (LE 91)

Não pode haver divisão de um mesmo Espírito; mas, cada um é um centro que irradia para diversos lados. Isso é que faz parecer estar um Espírito em muitos lugares ao mesmo tempo. O sol é um somente. No entanto, irradia em todos os sentidos e leva muito longe os seus raios. Contudo, não se divide. (LE 92)

Os Espíritos não irradiam com igual força. Essa força depende do grau de pureza de cada um. Cada Espírito é uma unidade indivisível, mas cada um pode lançar seus pensamentos para diversos lados, sem que se fracione para tal efeito. Nesse sentido unicamente é que se deve entender o dom da ubiqüidade atribuído aos Espíritos. Dá-se com eles o que se dá com uma centelha, que projeta longe a sua claridade e pode ser percebida de todos os pontos do horizonte; ou, ainda, o que se dá com um homem que, sem mudar de lugar e sem se fracionar, transmite ordens, sinais e movimento a diferentes pontos. (LE 92a)
* * *

Para continuar conhecendo os grandes vultos do Espiritismo, clique nos seguintes links:
http://www.espirito.org.br/portal/biografias/index.html
http://www.espiritismogi.com.br/biografias.htm
http://www.universoespirita.net/grandes_nomes/grandes_nomes.htm
http://www.feparana.com.br/biografias/biografias.htm