domingo, março 26, 2006

Panteísmo (q. 14 a 16) - Conclusão


Vamos a uma proposta de conclusão do estudo da semana:

1. O que é o panteísmo e por quê a Doutrina Espírita não aceita seus pressupostos?

Panteísmo (1), do grego pan - tudo + théos – Deus, é:
1. uma doutrina que identifica tudo o que existe com Deus;
2. Doutrina de Spinoza onde Deus é a única forma de existência do ser;
3. Forma doutrinária que vê Deus manifesto em toda a natureza.

Kardec(2) assinala que o “panteísmo (...) considera o princípio universal de vida e de inteligência como constituindo a Divindade. Deus é concomitantemente Espírito e matéria; todos os seres, todos os corpos da Natureza compõem a Divindade, da qual são as moléculas e os elementos constitutivos; Deus é o conjunto de todas as inteligências reunidas; cada indivíduo, sendo uma parte do todo, é Deus ele próprio; nenhum ser superior e independente rege o conjunto; o Universo é uma imensa república sem chefe, ou antes, onde cada qual é chefe com poder absoluto.”

Para o Prof. J. Herculano Pires(3), “(...) panteísmo é uma concepção monista do mundo, que pode ser traduzida na expressão: tudo é Deus. Espinosa foi o sistematizador filosófico dessa concepção. Deus é a realidade única, da qual todas as coisas não são mais do que emanações.”
O Espiritismo não aceita a doutrina panteísta porque, conforme lemos na questão 16 de O Livro dos Espíritos, o panteísmo pretende fazer de Deus um ser material, “embora dotado de suprema inteligência”. Como a matéria está em constante mutação, Deus não teria estabilidade, pois “achar-se-ia sujeito a todas as vicissitudes, mesmo a todas as necessidades da humanidade; faltar-lhe-ia um dos atributos da Divindade: a imutabilidade.”

No início da questão, os Instrutores Espirituais já haviam advertido Kardec de que a razão deveria ser utilizada para se reconhecer o absurdo da doutrina panteísta.

2. Será que devemos aprofundar o estudo a respeito de Deus cada vez mais, até que O compreendamos por completo?

A questão 14 não deixa dúvidas. Os Espíritos nos esclarecem que Deus existe e isto é o essencial. Ir além dessa convicção significa que nos perderíamos em um labirinto de onde não conseguiríamos sair. Uma investigação sem fim não nos tornaria melhores, antes mais orgulhosos, porque julgaríamos saber o que na realidade não saberíamos. O conselho a seguir é magistral: “Estudai as vossas próprias imperfeições, a fim de vos libertardes delas, o que será mais útil do que pretenderdes penetrar no que é impenetrável.”

(1) http://www.terraespiritual.org/espiritismo/Safesp/glossario.html;
(2)Allan Kardec, O Céu e o Inferno, Cap. 1º, item 7;
(3) J. Herculano Pires, O Espírito e o Tempo, Cap. 4, pág. 162;

Muita paz a todos!

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2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Concordo com os espíritos instrutores que advertiram Kardec. Entretanto,quando entendo que Deus é o universo, na visão Panteísta, procuro entender que a inteligência superior (Deus) não nos desampara, em nenhum momento, nem mesmo naqueles nos quais nos esqueçamos dela.
Na visão Paneteísta, existe um mundo finito no cerne do infinito, ou seja, Deus está em nós, mas somos de certa forma independentes.
Assim, como devemos então interpretar, da melhor forma, a mensagem bíblica que diz: "Estamos em Deus, assim como Deus está em nós..."?

10:16 PM  
Blogger Bárbara said...

Devido a nossa pequenez , ainda vamos sentir muito as dores q são inevitáveis. Nas dificuldades é que lembramos desse pai amoroso e bom.

7:51 AM  

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