Prolegômenos - Conclusão
Olá a todos,
Vamos concluir o estudo desta semana.
1. Leia o seguinte trecho: "Ocupa-te, cheio de zelo e perseverança, do trabalho que empreendeste com o nosso concurso, pois esse trabalho é nosso. Nele pusemos as bases de um novo edifício que se eleva e que um dia há de reunir todos os homens num mesmo sentimento de amor e caridade..." De acordo com esta passagem, é de se esperar que no futuro toda a Humanidade seja espírita? (Vide a questão 798, do LE)
Notemos que os Espíritos dizem a Kardec que o trabalho (o Espiritismo) é deles, isto é, a Doutrina não é uma concepção do Prof. Rivail, ela é resultado de um esforço bem planejado e conduzido pelos prepostos de Deus, encarregados que foram de trazer o esclarecimento à Humanidade.
No item V da Conclusão de O Livro dos Espíritos, Kardec afirma que a força do Espiritismo é proclamada por aqueles que dizem que as crenças espíritas ameaçam invadir o mundo, já que jamais poderia se tornar universal uma idéia sem fundamento e destituída de lógica. E o Mestre Lionês acrescenta: "(...) por meio do Espiritismo, a Humanidade tem que entrar numa nova fase, a do progresso moral que lhe é conseqüência inevitável. Não mais, pois, vos espanteis da rapidez com que as idéias espíritas se propagam. A causa dessa celeridade reside na satisfação que trazem a todos os que as aprofundam e que nelas vêem alguma coisa mais do que fútil passatempo.. Ora, como cada um o que acima de tudo quer é a sua felicidade, nada há de surpreendente em que cada um se apegue a uma idéia que faz ditosos os que a esposam. Três períodos distintos apresenta o desenvolvimento dessas idéias: primeiro, o da curiosidade, que a singularidade dos fenômenos produzidos desperta; segundo, o do raciocínio e da filosofia; terceiro, o da aplicação e das conseqüências. O período da curiosidade passou; a curiosidade dura pouco. Uma vez satisfeita, muda de objeto. O mesmo não acontece com o que desafia a meditação séria e o raciocínio. Começou o segundo período, o terceiro virá inevitavelmente."
A primeira fase do Espiritismo, a da curiosidade, se fez representar pelas "mesas girantes".
A segunda, a do raciocínio e da filosofia, teve início com a publicação de O Livro dos Espíritos, em 1857; e
Finalmente, o período da aplicação e das conseqüências está se implantando nos que compreendem a profundidade e o alcance do Espiritismo.
Observem como as religiões vão caminhando lentamente para unificar a idéia que fazem da realidade espiritual. Com o progresso intelectual e moral da criatura, formas arcaicas de adoração a Deus vão sendo superadas ("Deus é espírito e importa que o adoremos em espírito e verdade"). Os dogmas, por carecerem de argumentos racionais, vão se desmoronando pouco a pouco. Os rituais vão perdendo espaço com o amadurecimento da criatura. A Ciência, ainda que fanaticamente materialista, vai mostrando a naturalidade de muitos fatos tidos como miraculosos. A razão, quando honestamente utilizada, leva forçosamente à idéia de um Deus bom, justo e amoroso, aposentando aquele irado, invejoso e parcial que servia para uma fase já superada da humanidade.
Sem perceber, as religiões vão se moldando, lentamente é verdade, ao que abertamente ensina a Doutrina Espírita. Timidamente, elas passam a reconhecer, dando outros nomes, também é verdade, os fenômenos espirituais, tais como a obsessão, a mediunidade e tantos outros. Com o tempo, a reencarnação será proclamada abertamente por todos. Não somos ingênuos de acreditar que isso se dê repentinamente. É preciso tempo para que as idéias se amadureçam. O orgulho e o egoísmo ainda impedem a união das religiões em busca do mesmo objetivo. Cada uma quer suplantar a outra, quer Deus só para si, como os irmãos menores que desejam, mais ou menos inconscientemente, o amor exclusivo do pai e da mãe.
Há ainda a questão do interesse pessoal. Muitos gostariam de alcançar um esclarecimento espiritual, mas acham que o preço a pagar, isto é, o abandono do apego às coisas materiais, é muito alto e preferem adiar sine die os esforços, até que...
Para finalizar, no livro Obras Póstumas, existe uma mensagem intitulada "Futuro do Espiritismo", que reproduzo na íntegra, a seguir:
O Espiritismo é chamado a desempenhar imenso papel na Terra. Ele reformará a legislação ainda tão freqüentemente contrária às leis divinas; retificará os erros da História; restaurará a religião do Cristo, que se tornou, nas mãos dos padres, objeto de comércio e de tráfico vil; instituirá a verdadeira religião, a religião natural, a que parte do coração e vai diretamente a Deus, sem se deter nas franjas de uma sotaina, ou nos degraus de um altar. Extinguirá para sempre o ateísmo e o materialismo, aos quais alguns homens foram levados pelos incessantes abusos dos que se dizem ministros de Deus, pregam a caridade com uma espada em cada mão, sacrificam às suas ambições e ao espírito de dominação os mais sagrados direitos da Humanidade.
2. Quais as atitudes essenciais para que se receba a assistência dos Espíritos Superiores?
O último parágrafo dos prolegômenos não deixa dúvida: humildade e desinteresse. Não satisfeito, fui ainda à questão 484, do mesmo O Livro dos Espíritos, onde os nossos Instrutores nos orientam: "Os bons Espíritos simpatizam com os homens de bem, ou suscetíveis de se melhorarem. Os Espíritos inferiores com os homens viciosos, ou que podem tornar-se tais. Daí suas afeições, como conseqüência da conformidade dos sentimentos."
3. O que dá origem às dissidências e o que fazer para superá-las?
Está bem claro no texto estudado: a vaidade é o que faz surgir a dissidência, isto é, o desacordo, a desunião. Vaidade dos encarnados e também dos desencarnados. Vamos ler na questão 104 (LE) que existem, na escala dos Espíritos, os assim chamados pseudo-sábios, que crêem saber mais do que realmente sabem. Quando esses "doutores" encontram médiuns pouco dados ao estudo e "seguidores" que não se dão o trabalho de analisar os absurdos que são escritos, vemos o surgimento de verdadeiras aberrações que mancham as águas límpidas da Doutrina Espírita. É por isso que temos visto tentativas de implantação de certos desvirtuamentos em alguns centros espíritas: imagens, incensos, velas, cristais...
Para superar essas dissidências, cumpre que tenhamos todos em vista o grande princípio do amor do bem, proclamado por Jesus.
4. Por que o Prof. Rivail foi escolhido para a tarefa de codificar os ensinamentos dos Espíritos? Poderia ter sido qualquer outra pessoa?
É claro que o Prof. Rivail não foi escolhido aleatoriamente para a tarefa. Ele já era Espírito adiantadíssimo, preparado tanto intelectual quanto moralmente. Tarefa desta envergadura não poderia ser dada para qualquer um. No cap. XXI, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, o Espírito Erasto assina uma mensagem cujo título é "Caracteres do Verdadeiro Profeta", de onde retiramos o seguinte trecho:
"Somente a um hábil general, capaz de o dirigir, se confia o comando de um exército. Julgais que Deus seja menos prudente do que os homens? Ficai certos de que só confia missões importantes aos que ele sabe capazes de as cumprir, porquanto as grandes missões são fardos pesados que esmagariam o homem carente de forças para carregá-los. Em todas as coisas, o mestre há de sempre saber mais do que o discípulo; para fazer que a Humanidade avance moralmente e intelectualmente, são precisos homens superiores em inteligência e em moralidade. Por isso, para essas missões são sempre escolhidos Espíritos já adiantados, que fizeram suas provas noutras existências, visto que, se não fossem superiores ao meio em que têm da atuar, nula lhes resultaria a ação. Isto posto, haveis de concluir que o verdadeiro missionário de Deus tem de justificar, pela sua superioridade, pelas suas virtudes, pela grandeza, pelo resultado e pela influência moralizadora de suas obras, a missão de que se diz portador. Tirai também esta outra conseqüência: se, pelo seu caráter, pelas suas virtudes, pela sua inteligência, ele se mostra abaixo do papel com que se apresente, ou da personagem sob cujo nome se coloca, mais não é do que um histrião de baixo estofo, que nem sequer sabe imitar o modelo que escolheu."
Alguma dúvida de que Kardec foi um verdadeiro missionário, um hábil general?
Muita paz!
Vamos concluir o estudo desta semana.
1. Leia o seguinte trecho: "Ocupa-te, cheio de zelo e perseverança, do trabalho que empreendeste com o nosso concurso, pois esse trabalho é nosso. Nele pusemos as bases de um novo edifício que se eleva e que um dia há de reunir todos os homens num mesmo sentimento de amor e caridade..." De acordo com esta passagem, é de se esperar que no futuro toda a Humanidade seja espírita? (Vide a questão 798, do LE)
Notemos que os Espíritos dizem a Kardec que o trabalho (o Espiritismo) é deles, isto é, a Doutrina não é uma concepção do Prof. Rivail, ela é resultado de um esforço bem planejado e conduzido pelos prepostos de Deus, encarregados que foram de trazer o esclarecimento à Humanidade.
No item V da Conclusão de O Livro dos Espíritos, Kardec afirma que a força do Espiritismo é proclamada por aqueles que dizem que as crenças espíritas ameaçam invadir o mundo, já que jamais poderia se tornar universal uma idéia sem fundamento e destituída de lógica. E o Mestre Lionês acrescenta: "(...) por meio do Espiritismo, a Humanidade tem que entrar numa nova fase, a do progresso moral que lhe é conseqüência inevitável. Não mais, pois, vos espanteis da rapidez com que as idéias espíritas se propagam. A causa dessa celeridade reside na satisfação que trazem a todos os que as aprofundam e que nelas vêem alguma coisa mais do que fútil passatempo.. Ora, como cada um o que acima de tudo quer é a sua felicidade, nada há de surpreendente em que cada um se apegue a uma idéia que faz ditosos os que a esposam. Três períodos distintos apresenta o desenvolvimento dessas idéias: primeiro, o da curiosidade, que a singularidade dos fenômenos produzidos desperta; segundo, o do raciocínio e da filosofia; terceiro, o da aplicação e das conseqüências. O período da curiosidade passou; a curiosidade dura pouco. Uma vez satisfeita, muda de objeto. O mesmo não acontece com o que desafia a meditação séria e o raciocínio. Começou o segundo período, o terceiro virá inevitavelmente."
A primeira fase do Espiritismo, a da curiosidade, se fez representar pelas "mesas girantes".
A segunda, a do raciocínio e da filosofia, teve início com a publicação de O Livro dos Espíritos, em 1857; e
Finalmente, o período da aplicação e das conseqüências está se implantando nos que compreendem a profundidade e o alcance do Espiritismo.
Observem como as religiões vão caminhando lentamente para unificar a idéia que fazem da realidade espiritual. Com o progresso intelectual e moral da criatura, formas arcaicas de adoração a Deus vão sendo superadas ("Deus é espírito e importa que o adoremos em espírito e verdade"). Os dogmas, por carecerem de argumentos racionais, vão se desmoronando pouco a pouco. Os rituais vão perdendo espaço com o amadurecimento da criatura. A Ciência, ainda que fanaticamente materialista, vai mostrando a naturalidade de muitos fatos tidos como miraculosos. A razão, quando honestamente utilizada, leva forçosamente à idéia de um Deus bom, justo e amoroso, aposentando aquele irado, invejoso e parcial que servia para uma fase já superada da humanidade.
Sem perceber, as religiões vão se moldando, lentamente é verdade, ao que abertamente ensina a Doutrina Espírita. Timidamente, elas passam a reconhecer, dando outros nomes, também é verdade, os fenômenos espirituais, tais como a obsessão, a mediunidade e tantos outros. Com o tempo, a reencarnação será proclamada abertamente por todos. Não somos ingênuos de acreditar que isso se dê repentinamente. É preciso tempo para que as idéias se amadureçam. O orgulho e o egoísmo ainda impedem a união das religiões em busca do mesmo objetivo. Cada uma quer suplantar a outra, quer Deus só para si, como os irmãos menores que desejam, mais ou menos inconscientemente, o amor exclusivo do pai e da mãe.
Há ainda a questão do interesse pessoal. Muitos gostariam de alcançar um esclarecimento espiritual, mas acham que o preço a pagar, isto é, o abandono do apego às coisas materiais, é muito alto e preferem adiar sine die os esforços, até que...
Para finalizar, no livro Obras Póstumas, existe uma mensagem intitulada "Futuro do Espiritismo", que reproduzo na íntegra, a seguir:
O Espiritismo é chamado a desempenhar imenso papel na Terra. Ele reformará a legislação ainda tão freqüentemente contrária às leis divinas; retificará os erros da História; restaurará a religião do Cristo, que se tornou, nas mãos dos padres, objeto de comércio e de tráfico vil; instituirá a verdadeira religião, a religião natural, a que parte do coração e vai diretamente a Deus, sem se deter nas franjas de uma sotaina, ou nos degraus de um altar. Extinguirá para sempre o ateísmo e o materialismo, aos quais alguns homens foram levados pelos incessantes abusos dos que se dizem ministros de Deus, pregam a caridade com uma espada em cada mão, sacrificam às suas ambições e ao espírito de dominação os mais sagrados direitos da Humanidade.
2. Quais as atitudes essenciais para que se receba a assistência dos Espíritos Superiores?
O último parágrafo dos prolegômenos não deixa dúvida: humildade e desinteresse. Não satisfeito, fui ainda à questão 484, do mesmo O Livro dos Espíritos, onde os nossos Instrutores nos orientam: "Os bons Espíritos simpatizam com os homens de bem, ou suscetíveis de se melhorarem. Os Espíritos inferiores com os homens viciosos, ou que podem tornar-se tais. Daí suas afeições, como conseqüência da conformidade dos sentimentos."
3. O que dá origem às dissidências e o que fazer para superá-las?
Está bem claro no texto estudado: a vaidade é o que faz surgir a dissidência, isto é, o desacordo, a desunião. Vaidade dos encarnados e também dos desencarnados. Vamos ler na questão 104 (LE) que existem, na escala dos Espíritos, os assim chamados pseudo-sábios, que crêem saber mais do que realmente sabem. Quando esses "doutores" encontram médiuns pouco dados ao estudo e "seguidores" que não se dão o trabalho de analisar os absurdos que são escritos, vemos o surgimento de verdadeiras aberrações que mancham as águas límpidas da Doutrina Espírita. É por isso que temos visto tentativas de implantação de certos desvirtuamentos em alguns centros espíritas: imagens, incensos, velas, cristais...
Para superar essas dissidências, cumpre que tenhamos todos em vista o grande princípio do amor do bem, proclamado por Jesus.
4. Por que o Prof. Rivail foi escolhido para a tarefa de codificar os ensinamentos dos Espíritos? Poderia ter sido qualquer outra pessoa?
É claro que o Prof. Rivail não foi escolhido aleatoriamente para a tarefa. Ele já era Espírito adiantadíssimo, preparado tanto intelectual quanto moralmente. Tarefa desta envergadura não poderia ser dada para qualquer um. No cap. XXI, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, o Espírito Erasto assina uma mensagem cujo título é "Caracteres do Verdadeiro Profeta", de onde retiramos o seguinte trecho:
"Somente a um hábil general, capaz de o dirigir, se confia o comando de um exército. Julgais que Deus seja menos prudente do que os homens? Ficai certos de que só confia missões importantes aos que ele sabe capazes de as cumprir, porquanto as grandes missões são fardos pesados que esmagariam o homem carente de forças para carregá-los. Em todas as coisas, o mestre há de sempre saber mais do que o discípulo; para fazer que a Humanidade avance moralmente e intelectualmente, são precisos homens superiores em inteligência e em moralidade. Por isso, para essas missões são sempre escolhidos Espíritos já adiantados, que fizeram suas provas noutras existências, visto que, se não fossem superiores ao meio em que têm da atuar, nula lhes resultaria a ação. Isto posto, haveis de concluir que o verdadeiro missionário de Deus tem de justificar, pela sua superioridade, pelas suas virtudes, pela grandeza, pelo resultado e pela influência moralizadora de suas obras, a missão de que se diz portador. Tirai também esta outra conseqüência: se, pelo seu caráter, pelas suas virtudes, pela sua inteligência, ele se mostra abaixo do papel com que se apresente, ou da personagem sob cujo nome se coloca, mais não é do que um histrião de baixo estofo, que nem sequer sabe imitar o modelo que escolheu."
Alguma dúvida de que Kardec foi um verdadeiro missionário, um hábil general?
Muita paz!
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