quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Introdução XVI e XVII - Conclusão

Olá a todos,
Vamos às respostas do estudo desta semana?

1. Como Kardec responde à objeção de que os fenômenos espíritas seriam resultado de efeitos magnéticos, do assim chamado sonambulismo desperto?
Seria interessante apresentarmos algumas definições, inicialmente:
sonambulismo - (do lat. somnus, sono, e ambulare, marchar, passear), estado de emancipação da alma mais completo do que no sonho. O sonho é um sonambulismo imperfeito. No sonambulismo a lucidez da alma, isto é, a faculdade de ver, que é um dos atributos de sua natureza, é mais desenvolvida. Ela vê as coisas com mais precisão e nitidez, o corpo pode agir sob o impulso da vontade da alma.
O esquecimento absoluto no momento do despertar é um dos sinais característicos do verdadeiro sonambulismo, visto que a independência da alma e do corpo é mais completa do que no sonho.

Allan Kardec no livro INSTRUÇÕES PRÁTICAS SOBRE AS MANIFESTAÇÕES ESPÍRITAS

Sonambulismo Natural -
o que é espontâneo e se produz sem provocação e sem influência de nenhum agente exterior.
Allan Kardec no livro INSTRUÇÕES PRÁTICAS SOBRE AS MANIFESTAÇÕES ESPÍRITAS

Sonambulismo Magnético ou artificial -
o que é provocado pela ação que uma pessoa exerce sobre a outra por meio do fluido magnético que esta derrama sobre aquela.
Allan Kardec no livro INSTRUÇÕES PRÁTICAS SOBRE AS MANIFESTAÇÕES ESPÍRITAS

Médiuns sonâmbulos –
Os que, em transe sonambúlico, são assistidos por Espíritos.
Allan Kardec em O Livro dos Médiuns

sonâmbulo -
[Do fr. somnambule.] Adj. S. m. 1. Diz-se de pessoa que anda, fala e se levanta durante o sono; noctâmbulo. 2. Diz-se de pessoa que age automaticamente, de maneira desconexa. 3. Que não tem nexo; disparatado. 4. Indivíduo sonâmbulo. [Cf. sonambulo, do v. sonambular.]
Dicionário Aurélio
Estudaremos, mais detidamente, o assunto do sonambulismo a partir da questão 425, de O Livro dos Espíritos.
Kardec teve que refutar inúmeras objeções que se apresentaram quanto às manifestações dos Espíritos. Conhecer as críticas dos opositores e as observações de Kardec ajuda-nos a compreender a própria essência da Doutrina e nos permite, por nossa vez, argumentar coerentemente quando diante de pessoas que desejarem uma explicação racional a respeito do assunto. Não perderemos nosso tempo com os críticos contumazes que dizem "nem se eu visse um Espírito eu acreditaria."
De acordo com a objeção relativa a um estado de sonambulismo do médium, este tiraria de si mesmo e por efeito da sua lucidez tudo o que diz e todas as noções que transmite, mesmo sobre os assuntos que mais estranhos lhe sejam, quando no estado habitual.
Kardec apresenta os seguintes argumentos: se os médiuns pudessem, por conta da lucidez característica do sonambulismo, oferecer informações tão precisas, lógicas e sublimes por que atribuí-las aos Espíritos já que seria preferível reconhecer capacidade assim tão formidável e, em conseqüência granjear ainda maior admiração de todos?
Além disso, "se todos os fenômenos promanassem do médium, seriam sempre idênticos num determinado indivíduo; jamais se veria a mesma pessoa usar de uma linguagem disparatada, nem exprimir alternativamente as coisas mais contraditórias. Esta falta de unidade nas manifestações obtidas pelo mesmo médium prova a diversidade das fontes. Ora, desde que não as podemos encontrar todas nele, forçoso é que as procuremos fora dele."
2. E como ele refuta a tese de que os médiuns tomariam as informações dos pensamentos das pessoas presentes?
De acordo com essa teoria, Kardec explica, "O médium será então uma espécie de espelho a refletir todas as idéias, todos os pensamentos e todos os conhecimentos das pessoas que o cercam; nada diria que não fosse conhecido, pelo menos, de algumas destas."
E o Codificador rechaça a teoria perguntando: "e como explicar quando as comunicações são completamente estranhas aos pensamentos, aos conhecimentos, às opiniões mesmo de todos os assistentes?" Os contraditores afirmavam que, por conta da irradiação, os médiuns poderiam buscar essas idéias em qualquer parte, já que seriam um reflexo da Humanidade.
O argumento de Kardec com relação a essa teoria que se poderia chamar refletiva é que a idéia dos Espíritos se comunicando conosco choca menos que essa capacidade de irradiação universal, quando todo o conhecimento da Humanidade poderia ser concentrado no cérebro de um indivíduo.
E conclui o Mestre: a idéia sonambúlica e a refletiva são opiniões de alguns poucos homens, enquanto que a Doutrina Espírita não é concepção humana, ela surgiu em vários pontos da Terra, sendo impossível que uma fraude fosse assim tão generalizada.
3. Qual a explicação para a frase: "tudo se liga, tudo se encadeia, do alfa ao ômega"?
Alfa e ômega são a primeira e a última letra do alfabeto grego, seria como dizer do A ao Z.
Na questão 540, de O Livro dos Espíritos, os Instrutores da Humanidade afirmam: "tudo serve, tudo se encadeia na Natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo, que também começou por ser átomo. Admirável lei de harmonia, que o vosso acanhado espírito ainda não pode apreender em seu conjunto."
É o que Léon Denis escreve em Depois da Morte: "Quando pers­crutamos o fundo das coisas, reconhecemos que matéria e espírito não passam de meios variáveis e relativos para expressão do que existe unicamente de positivo no Uni­verso, isto é — a força e a vida, que, achando-se em estado latente no mineral, se vão desenvolvendo progres­sivamente do vegetal ao ente humano, e, mesmo acima deste, nos degraus inumeráveis da escala superior" (cap. 7).
A Lei do Progresso em tudo e em todos é a explicação para a frase de Kardec.
Muita paz a todos!